terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

LEMBRANÇAS, TRANSFORMAÇÕES OU MUDANÇAS?!


As boas lembranças que um belo filme pode proporcionar desencadeiam sensações adormecidas pelo tempo. Que nostalgia é essa ao começar este texto. Será que foram as músicas que me lembraram que aquela mercearia onde comprávamos as incríveis balinhas, embaladas por um plástico em tons vermelhos e brancos com um desenho de uma criança não vão mais abrir? Será que algumas estórias contadas na quadra de futsal do colegial, são agora, apenas histórias? Realmente não temos como mais brincar com o famoso golzinho ou com as chinelas marcando o espaço das traves de um gol.

Sinceramente, não existe máquina do tempo! Lembram do “cassinodez” (contagem rápida do número um ao dez)?!? Pois bem o chamado “bete” em que tínhamos garrafas ou latas de óleo como base para derrubar. Já se foram, isso mesmo, as tardes semanais, das férias que dispúnhamos para construir pipas, papagaios ou a raia e suas rabiolas. O intuito era somente levantar a obra de arte com bambus, plásticos picotados e papeis coloridos com linha do carretel número 10. Esse negócio de cerol já é uma das questões complexas da competição da vida em sociedade. Sociedade que concebeu a idéia que devemos estar competindo sempre. Mas vou deixar essa competição pra outro momento.
Outra recordação que me vem à mente agora é que bem perto da casa dos meus avôs maternos, havia um local chamado de floricultura. Nesse lugar além das diversas árvores e flores, foi a primeira vez que vi um pavão e sua imponência de cores. Penas que se abriam e formavam um imenso leque em sua cauda. Outros pássaros e animais estavam por ali em meios a flora que se estendia entre as Avenidas Santos Dumont e Avenida Mato Grosso do Bairro Jundiaí.

Quantas lembranças, transformações ou mudanças?! Sei que não existe máquina do tempo para impedir o que acredito que seria bom, que permanecesse como outrora. Os primeiros aniversários que frequentávamos, as primeiras festas e outras atividades de interação social que delineavam traços para a construção de nossas identidades. As influências musicais instituídas com uma ideologia que só consigo encontrar na década de oitenta. Poesias construídas com harmonias musicais, livres dos artefatos da indústria cultural que tenta invalidar um contexto cultural em prol do esquecimento e futilidades das retóricas vazias e repetitivas.

É verdade que a máquina do tempo não existe? Que pena! Vamos seguir em frente então, procurar dentro do baú, não o baú da felicidade, mas aquele que contêm imagens que nos lembrem de onde viemos. Já se passaram vários anos, fizemos escolhas e tomamos inúmeras decisões que mudaram as nossas vidas e as vidas de outros que estão a nossa volta. A nostalgia é importante se você não a utilizar como pretexto para se esconder ou procurar uma depressão. Mas vejo nessa melancolia momentânea um alerta para abrir os olhos e dar continuidade a objetivos importantes que começaram a ficar pelo caminho.

Nossas escolhas são importantes elas podem nos marcar para sempre. Nossas escolhas não têm hora marcada pra acontecer, ela acontecem todos os dias. Somos cobrados à tomada de decisão com inúmeros propósitos nessa vida, não podemos esquecer-nos de onde viemos e das construções imaginárias que nos influenciaram nesta vida que nos foi concedida. A vida não é um “De repente trinta”, e diga se de passagem uma estória em película pra assistir comendo pipoca e tomando refrigerante, aahhm, e com uma ótima companhia.

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